quarta-feira, 22 de julho de 2009




Crato - CE - Ação predatória coloca os Babaçuais do Cariri na Linha de Extinção

Data:09/07/2009 Hora:06:50

A Câmara Municipal do Crato , a exemplo de outras do Cariri, aprovou projeto de lei que dispõe sobre a proibição da queima, derrubada e do uso predatório das palmeiras do coco babaçu na região. A autora do projeto é a vereadora Mara Guedes do PT. Ela conta que no Cariri existem seis mil hectares de babaçuais dos quais, mil e quinhentos hectares já foram destruídos por algumas pessoas que, ao invés de subirem na palmeira para fazer a poda da palha para coberta de casas e fabricação de produtos artesanais, cortam a palmeira criminosamente e isto vem colocando nossos cocais na linha de extinção. Uma palmeira precisa entre dez e doze anos para chegar a vida adulta.

Outro aspecto considerado preocupante pela vereadora é que, devido aos órgãos ambientais terem intensificado a fiscalização na extração irregular de lenha nas nossas matas, muitas industrias de calçados, padarias, cimento e cerâmicas do Cariri, passaram a usar em seus fornos a queima do coco babaçu como fontes alternativas de energia, prejudicando centenas de comunidades extrativistas que viviam da extração do coco como complemento da renda familiar. Com a queima do fruto IN NATURA ocorre o desperdício de seus subprodutos.

O projeto de lei não proíbe o corte da palha e nem a colheita do coco mas sim, a queima indiscriminada desse fruto onde nas amêndoas, casca, mesocarpo e epicarpo estão concentrados os mais de sessenta subprodutos como o óleo, farinha, am ido, fibras, fertilizantes e etanol. Também recomenda o replantio das áreas devastadas, disse a vereadora.

O engenheiro de produção da Fundação Mussambê, onde já tem um trabalho sobre o tema, Dr. Daniel Walker Junior, disse que é oportuna a iniciativa da vereadora cratense pois nossos babaçuais estão ameaçados de extinção. O Ceará, em 2002 produzia seis mil toneladas/ano de amêndoas e hoje esta produção foi reduzida significativamente devido a derrubada das palmeiras e queima das áreas de plantio.

Francisco Sales da Silva, chefe do escritório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais ( IBAMA ) no Cariri, elogiou a aprovação da lei e disse que não tem havido fiscalização na exploração do coco babaçu na região , exatamente por falta de um instrumento jurídico. A constituição federal de 1988 manda que cada município cuide de seu meio ambiente e que a devastação dos babaçuais no Cariri tem prejudicado o nosso ecossistema e oca sionado desequilíbrio ecológico, explicou o chefe do IBAMA.

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